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domingo, 31 de janeiro de 2010

 Foto Google
Não sei dizer como minha história começou... Nossa história!...

Lembro-me das palavras...  Corria um vento morno por entre as árvores, e tua voz misturando-se com as linhas de teu corpo em meus olhos... O movimento de tua boca a prender-me os desejos...
Nus, descalços, meu corpo palpitando junto ao teu, festejamos nossos sonhos de cenas exóticas de paixão...
A água em nossa pele e eu diante do contorno viril de teu tórax... Desci minhas mãos na tua epiderme, sorvi-a beijo a beijo navegando nos caminhos fecundos de teu peito.
E tu, meu amado, a me sussurrar: “Quero teu corpo! Eu sou a água da tua sede... Sacia-te de mim!...”
Gentis teus dedos em minhas pernas, e todas as curvas de meu corpo em realismos de prazeres...
Alta noite, eu bêbada de tua fragrância masculina, em completo torpor de puro deleite, mas ardente e vaporosa; pedi-te outro sol, outra lua, novas paragens de amor.
Ah, nossa história veio de mansinho... numa ânsia de amar!... Fecundou em nossos pensamentos, escaldou-nos os sonhos por noites e noites em que ficávamos a imaginar como seria quando nos encontrássemos!... Uníamo-nos em palavras, em versos saídos do peito... Dependuramos nossos desejos numa linda imaginação... Eu era tua amada secreta e tu meu eterno amante!
Mas explica-me! Em que se baseou o teu amor? Fico aqui gritando dentro de minh’alma, chorando num secreto silêncio... E não sei o porquê de teu adeus!
Somente a lua comigo na noite, neste deserto de tua ausência... E meus olhos que já viram os teus por mim enamorados... Em febre de lágrimas...

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010



Caríssimo,

Histórias, histórias...  Cruzam os dias...
E mocinhas erguem seus mantos ao vento
Como de costume, aos domingos entram na igrejinha
Desfilam na pracinha em seus vestidos bordados
Casas recebem visitas em conversas do tempo
Meninos correm na rua como ervas do campo
Dourado um crepúsculo despeja o sol por entre as árvores
Longe, bem longe uma mulher sentada na tarde
Ora descansa os olhos nas flores do chão
Ora copiosa suspira numa melancolia de amor
Ainda não anoiteceu e um leve sopro de calor do dia
Habita no silêncio do coração dela
Passam algumas formigas em suas siluetas alinhadas
Indiferentes ao pálido rosto distanciado do foco da cidade
É apenas um retrato já envelhecido
Uma espécie de saudade toma conta de meus olhos
E depois mais nada. Guardo a imagem num segredo. 

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010


Fiz a ti, meu amor...



Versinhos de amor

Cheios de segredos meus olhos
Pousam nos teus
Riem, escondem-se, sugerem
Fazem um tlic tlac em minhas emoções
E num delicado fulgor são minhas expressões
De longe ouvem o rumor de teus passos
E mil coisas começam a imaginar
Um pouco de calor, então, caminha-me no corpo
Quero correr pela rua, jogar-me em teus braços
E meu coração a dizer que sim enamorado
Seresteiros emolduram a pracinha
Embaralham-me as emoções na música
E eu já em teus braços esquecendo-me dos olhos
Enquanto ganho um longo beijo de amor

terça-feira, 26 de janeiro de 2010





Caríssimo,

Tenho pensado tanto em ti!...

... Então construo um mundo dentro de mim...
E um aroma cálido da tarde sobe em meu corpo, baila em meus olhos e recordo de ti. “Não devo pensar nesse amor? Mas olha! meu coração sabe teu nome, e o endereço de teu sabor!”
Chegam-me flores nas mãos do dia toda manhã!... Sirvo-me do calor do sol dentro de meus sonhos... Tomo banho nas águas da chuva que caiu há pouco e não mato esse calor!... Nas beiras do riacho que construí em minha imaginação moram flores que se abrem a cada lembrança de um sorriso teu... E misturo tudo num azul do céu: “Quero banhar no riacho que sangrou durante a enxurrada e colher das flores que parecem sóis diante do dormir do dia!...”
Ainda mais longe me corre a realidade... Não a quero perto de mim... Digo baixinho, num sussurro, a meu coração que contigo guardo meus momentos mais felizes!... E na tarde, o vento investiga: “Foram tão bons os momentos de amor?”
E repito como se falasse a ti: “Pode mudar o ritmo do vento; desabrochar e caírem-se as flores; o sol esquecer-se de aquecer minha janela... Que teu aroma sempre viverá em meu corpo!”
E sabe, se eu soubesse fazer um poeminha... Eu o enviaria a ti!... Mas não!... Então, fico construindo esse meu mundo dentro de mim...  Enquanto a noite se achega aqui, Meu amor!

domingo, 24 de janeiro de 2010

Saudades


Praça Irmãos Dantas- Piracuruca


Caríssimo,




A rua florida parece ter teu perfume
Toda minha pele o sente nesta tarde de verão
E sinto-te tão profundamente
Há em cada canto da rua um pouco de ti
Não vês o quanto te chamo, meu amor?
Sei que há um frescor no vento a brincar nas árvores
Vejo nas calçadas os risos amigos
Meninos brincando de pica-esconde
E tanta, tanta vida no caminho
Mas pouso meu coração em teus braços e não sinto teu calor
E fico triste, porque não sei onde estás
A cada passo novo na rua, olho com vontade de te encontrar
E fico com cuidado no sol
Pois ele se vai e sempre espero seu retorno
Que me traga notícias de ti
Já me chegam as horas da lua
Sem estranheza, numa visita tão conhecida
Logo mais estarei pousando meu corpo no travesseiro
E sei que meu mundo será de pensamentos em ti.


quinta-feira, 21 de janeiro de 2010




Caríssimo,

Entre os caminhos que percorro, há sempre aquela vereda a me falar de ti em tons de uma poesia ao amor...
Mas sei que muitas vezes não compreendo por que minha alma te chama na noite... Sou uma mulher coberta de paixão por ti e mergulho em meus lençóis presa em tua imagem... Tento me separar das lembranças de nossos beijos, de tua voz falando baixinho em meus ouvidos... E fico a construir um mundo, nosso, dentro de mim: “Nossa morada é bem ali, na curva do vento em noites de luar... Vem, vamos escrever nossa história de amor!”
E por morar nos versos dum mundo de sonhos, a mulher em mim debruça-se nas folhas desse livro escrito durante nossos momentos. Associo carícias, cumplicidades de olhares da hora da partida... E assim quando leio essas horas dentro de meu coração, aparece-me o desenho vivo de nós... amando!
São sons de um homem e uma mulher, completos, na entrega do amor... São luzes dançando em nosso corpo quando o prazer nos vinha em imensuráveis orgasmos...
E meus passos estão querendo ir a ti... Há dias de chuva; dias de um sol que me aquece num céu azul. Há flores que desabrocham; outras se fecham ao entardecer...  Não sentes uma tristeza que me invade sem notícias tuas?

Ó querido meu
Onde mora tua face neste instante?
Rabisca umas linhas e me conta de ti...
Antes que a vida me tire as flores
(E meus passos acordem em espinhos...)

A ti, que amo tanto... tanto...


domingo, 10 de janeiro de 2010



                                         Caspar David Friedrich - Mulher à Janela, 1822

Caríssimo,

Estou sentada à cadeira, olhos postos no infinito, com aquele meu ar de quem se sabe ter sido amada. O dia começou assim, com esta vontade de te enviar umas linhas, a despeito da distância que nos separa. Cheguei a pensar que não conseguiria olhar mais o mar sem chorar, pois as horas vazias me são um tormento; todavia os dias amanhecem e como tu sabes minhas lágrimas não são donas de minha vontade de viver.
Confesso que estou triste. Cheguei a arrumar minhas malas, pensei em ir ao interior, mas o sol insistiu em entrar-me pela janela hoje de manhã. Há uma claridade viva no lençol do céu descortinando este meu peito sofrido. Foram tantos momentos belos passados contigo, que embora sinta tua falta, há um calor em meu coração. Com certeza há uma vida lá fora desse meu mundo. Tu mo disseste na despedida. Tinhas razão. Meus olhos reclamam por flores debaixo da janela.
Uma loucura nosso amor! Fomos insaciavelmente amantes. Havia mundos nos separando e tu me vieste aqui com esse teu jeito romântico. E se falei em flores nas linhas acima é porque tu sabendo de minha paixão por elas sempre me enviavas uma, nos emoticons, em nossas conversas no MSN. Estou me distraindo falando em flores quando na verdade não posso esquecer-me de tua coragem de atravessar o Atlântico para vir ter comigo. Foi a maior declaração de amor que já recebi. Então nossos momentos deviam ter sido mesmo o que foram: loucos instantes de amor!
Estou certa de que os dias terão novamente seus encantos. O verde da mata, choveu ontem, parece-me com o tom dum lápis de cores que na infância eu sonhava ser a cor da esperança. Em cima do muro um gato passeia faceiro; os pássaros gorjeiam no cajueiro; no chão do quintal de minha casa formigas perdem-se no capinzal. Olho. Admiro a vida. Meu coração compreende que esta saudade tua não vai me impedir de seguir. Tu me és dentro d’alma o amor de minha vida. E se amo, só posso prosseguir minha caminhada. O ocaso virá, e estarei debruçada nesta janela ouvindo os cantos da noite. Talvez quando a lua acender seu candeeiro, eu dance meus olhos nas estrelas. Talvez eu te seja uma estrela distante, mas correndo dentro de teu coração. Talvez nos vejamos novamente um dia. Talvez.
Só não quero te ser uma lembrança melancólica. Meu peito tem tanta certeza de que nunca te esquecerei que sorrio num suspiro das recordações de nossos momentos. Beijamo-nos. Fizemos amor na madrugada. Conversamos baixinho segredando nossas vontades. Dentro de nosso mundo secreto no quarto inclinamos as horas do dia enquanto nos amávamos. Os sabores de nossos orgasmos ainda me vêm. Feminina eu me senti em teus braços. Mulher inteira. Amada.
Fico calada agora. Noto meu corpo pedindo teus beijos. A respiração já me acelera. Com a ponta dos dedos toco uma lágrima que desce mansa. Não te aflijas! Ela vem-me com um sorriso no coração. Esta emoção de ter estado contigo me seguirá dançando assim mesmo no corpo, gosto dela. Tantos olhares trocamos que te vejo aqui comigo! E sei que não vais embora de meu ser.
Mas tenho de fechar as linhas e calçar minhas sandálias rasteiras antes de pensar de ir pelo caminho. Tive a teu lado as horas mais belas na vida de uma mulher. Quero olhá-las e sentar na tarde da vida certa de que fui amada em teus braços. Tu estás dentro de mim.
Já me vou... sem um adeus... vou por aqui... antes que o dia me veja com um lenço nas mãos.

Meu beijo, o melhor.