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quinta-feira, 18 de março de 2010

Foto do Google
Caríssimo,

Hoje tirei a tarde para ficar em casa. Sentei-me à mesa e fiquei olhando por um bom tempo as flores no vaso que eu colhera com tanto carinho de manhã cedinho... de uns tons amarelos elas representavam uma alegria e uma ausência dentro de mim. Embora eu me achasse nua de notícias tuas, habitava em mim um sentimento de quem se sabe ter sido amada... e de ter vivido belos instantes de ternura.
Depois, fui até uma vitrola antiga que guardo num lugar reservado na sala,como lembrança à memória de meu pai, e coloquei um disco de Roberto Carlos; o som da música “Detalhes” encheu o ambiente. Ah, meu querido, então me derramei em lágrimas! Tantos sabores dentro de mim; tua boca, teu cheiro, tua voz com esse sotaque tão diferente deste meu jeito brejeiro. Como eu adorava ficar a ti ouvir!... Tua sabedoria me encantava!... Lembras de meus olhos em ti, sorrindo com deslumbramento de tuas palavras?...
Mas eu não sou de ficar horas plantada remoendo minhas dores... Ergui-me do sofá e caminhei pela mata perto de casa. Era já a chegada da noite: os primeiros sons do campo me saudaram como se soubessem que eu precisava de um alento, de um sorriso. A noite perdeu seu manto negro ao receber uma cascata de estrelas. Não parecesse satisfeita, ela fez uma lua brindar meus olhos... Não pude resistir!.. Arrebentei-me de emoções!...
Quis, naquele instante, me vestir de princesa e correr a ti!...
Será que os momentos felizes são assim tão fugitivos como essa lua que caminha de um lado a outro do céu?... E por que ela se vai e volta sempre? Ainda sou jovem dentro de mim!... Quero te encontrar mais uma vez!... Há tantos luares que ainda podemos ver!...
E fico aqui... te escrevendo... suspirando... enquanto a lua vai andando, andando...