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domingo, 23 de janeiro de 2011


Poeta,

Uma enorme calma n’alma repousa em meu dia. E meus olhos postos na serenidade das árvores acalmam-me ainda mais.
Mas meu corpo está sedutoramente frenético! Com meus pensamentos em teus versos de amor (lembras do poeminha romântico?), ondulo meus lábios com vontades de te beijar. E assim, meus olhos parecem-me girar no corpo sentindo carícias de tuas palavras. E como as aves levantam voo nesta tarde, deixo meus braços flutuarem como se estivessem descansando em teu peito. É maravilhosa a sensação- sinto que fizemos amor.   
Ora, em horas destas em que os elementos da natureza são de uma harmonia, tal minha alma, apanho o calor da tarde e encho meu coração de bocas, de gritos nossos. E tomo os rumos de uma lembrança gostosa, de noites em que ficamos debaixo de lençóis nos amando.
Ah, as duas cartas que recebi de ti foram postas na mesinha ao lado da cama. Estão lá para serem lidas e relidas toda vez que eu me sentir longe de ti. Sei, sei que eu devo é olhar para o dia e buscar sentir esta natureza toda que me envolve ou ficarei aqui com vontades imensas de beijos teus. Bem, tenho mesmo de refrear meus pensamentos ou acabo com a quietude dentro de mim.
Mas em algum lugar canta um pássaro triste com saudades de amor. E tomo as liras dele para te dizer que estou saudosa. Muito. Ainda nos veremos novamente?
Um dia atrás do outro... e uma coisa de cada vez. Foi maravilhoso o momento que vivemos. Porém, a vida nos separa. Sim, e enxugo minhas lágrimas sentindo a calma da tarde.
...

O meu carinho.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011


Caríssimo,

Com palavras quase inertes e olhar triste, digo-te que esta carta não leva apenas minha voz- mas minhas mãos, meu rosto e meu corpo em cada linha.
Estamos distantes, como podemos conversar se já não nos entendemos? Vê que não falo de espaço geográfico. Maior é a distância provocada pela mágoa do que me disseste ontem.
Não, não posso controlar minha voz. Meu coração encontra este vazio que há dentro de mim, e preciso dizer do que sinto. A dor é inexorável. Quando me leres, saberás que não me converti em lágrimas, mas num enorme espaço entre os sonhos de amor e nós.
De muito longe avisto teus olhos, tuas mãos e teu corpo sobre o meu. Nesta tarde, nesta sala não há histórias de amor. O vento que entra por minha janela é frio de calor. As árvores estão paradas de sentimento. Tudo é imóvel. Estou sentada com os olhos distantes, sem nada ver.
E tudo corre seguramente para o fim do dia. Em redor das horas, o que perdemos. Eu te perdi.
(E eu que me vi, em teus braços, como a imagem de uma flor!...)
Mas sigamos (tu mo disseste).

Adeus. 

terça-feira, 4 de janeiro de 2011


Meu poeta,

Agora que te achei, sinto uma sombra macia dentro de meus segredos. Não há como ter medo do amanhã. Encontrei-te, e meu coração não está mais perdido.
Agora, posso voltar a gritar que amo... Agora posso sentir meu sorriso inteiro para a vida.
Meus olhos pedem-me que eu não esqueça nada – do tamanho de teus beijos correndo por minha boca, do cheiro de tua pele encostada à minha e do doce frescor de teus dedos em meu corpo.
E quando todos descobrirem que a noite é nossa? Que a lua afasta os pés de nossa janela com olhos brilhantes?  E que as estrelas silenciosas de nossos gemidos, jamais negam que o infinito também nos pertence?
Mas nada disso te é estranho, quando eu já falei em tons de viagem:

Um dia, não muito longe,
eu serei envolvida por teu beijo ardente,
debaixo de uma chuva de sentidos.
E para me enxugarem os pés e a cabeça,
terão de me cobrir de terra...
ou esperar que o tempo se acabe.

O meu beijo.


segunda-feira, 3 de janeiro de 2011


Amor,

Este beijo da felicidade... é o que procuro.

Ah, noite de luar!  Caminha-se por entre estrelas, tão calmas, tão cheias de luz! Pena que na hora de dormir, fecha-se a porta e a cama está fria!

Não procuro um amor com esse brilho inigualável das estrelas, bastaria o fulgor de dois olhos procurando o caminho de minha pele morena... de meus sentidos... que me enlaçasse no calor de uma noite de verão!

Nenhuma canção de seresteiro me tocaria mais a alma, que as mãos amadas na superfície de minhas pernas..  no desenho audacioso de meus seios... ou em concentração da descoberta de meus lábios.

Como um vento macio debaixo de meus lençóis, furtando arrepios de meu sangue – que quero um assim amor não nego! Ofereço a este amor meus segredos, guardados para além dos encantos das histórias românticas, dos livros de princesas... Para além dos avisos de que só se é feliz por um instante!...

Quero é escrever minha história no alimento de um beijo deste amor... entre os pelos de meus gemidos... ou no agasalho de seu coração.

E quero deste amor que procuro, que pode ser sem explicação ou nomes, um eterno sentimento de uma vida inteira.



Meu beijo. 

sábado, 1 de janeiro de 2011



Caríssimo,

Escrevo-te como quem desfolha uma vida e fica nua de proteção dentro dos olhos.

Mas aqui terminamos nossa história (sinto a vida sair-me da palma das mãos...). Talvez por não haver mais nada a dizer... O que foi nosso amor?


Ficou perdido num mundo sem palavras... Teus passos estavam longe. 


Mais longe um gesto teu de carinho. Eu te sustentei em meus versos, mesmo com teu silêncio. E ao que parece tudo caiu numa muralha de teu coração.

Tenho me perguntado se meu nome alguma vez correu dentro de teu peito... Ou a estrada era muito longa?

Por muito tempo, houve cantigas em minhas emoções _ Havia teu sorriso e umas palavras tuas  minguando algo que podia ser amor. Mas não passava disso.

Um dia, vi que havia novas folhas nascendo, assim sem aviso. Uma espécie de janela surgindo quando abri a porta de minhas emoções. E o dia amanhece. Onde até as flores querem frutificar...


De Teresa (a que era chamada de índia).


P.S. Tenho um carinho gostoso por tudo que vivemos. Mas as lembranças foram minguando...