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sábado, 19 de outubro de 2013

Da minha saudade de ti



Caríssimo,

Nada mais soube de ti, então pensei em te escrever, para termos uma conversa de como estou, o que sinto...
Do mesmo modo, tenho anseios (íntimos) de receber notícias tuas, de saber se vais bem... se tens um novo amor... ou quem sabe... se espera que eu te diga de meus sentimentos.
Falo de mim. Parece-me bom dizer inicialmente que estou com saúde, que o sol onde ando continua o mesmo – com seus piques de muita luz e que se esconde por trás de algumas nuvens, raramente.  Pouso meus olhos nessas últimas palavras para te dizer que ando escondida do amor – mas não sofro, porque estou bem sozinha.
Como poeta, não me entenda mal, sou toda sentimentos, caminho afogada em saudades de ti... foram longos os meses que me deixaram sem notícias... eu mesma me dei sem te escrever... ainda não entendo o porquê dessa minha decisão.
Num gesto rápido de explicação, atribuo ao fato de que tu apenas me envias e-mails curtos... com um singelo olá... mas antes isso que agora o teu silêncio!
Também costumo me ver como menina... com um sonho ansioso de ainda outra vez estar em teus braços... recostar minha cabeça em teu peito e ouvir de ti que sou tua índia.
Ah, como me agrada saber que temos um segredo!... Algo nosso, único.
E é verdade que te amo.
Com o ritmo acelerado de meu coração (neste momento) repito na escrita que amo, amo e amo-te...
No entanto, o dia me parece frio (até no Piauí), do lado de minha pele que foi acariciada por ti... Faz tanto tempo, não é?...
Dias passam...
... Mais minha saudade aumenta!
E quando penso em te enviar um beijo, faço-o assim...
Numa carta.


Teresa

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013


Foto: muro de minha casa

Caríssimo,

Nesta quinta-feira acordei cedo, pouco depois de uma chuva fina com um vento frio, e me vi caminhando para uma reviravolta de uma noite em que estive no calor de teus braços. Delicadamente eram teus beijos; mas nosso corpo pedia por paixão, e excitados por nossos desejos fizemos amor como dois desvairados.
Tudo isso pede hoje certa medida de reflexão. Conheço um casal de vizinhos, eles têm um pouco menos de trinta anos, que são os motivos de tanto fogo por sexo. O homem, por ser mais jovem, um verdadeiro garanhão na cama (conta-me a esposa); ela, sempre está com os olhos carregados de amor e desejos. Um casal perdido de amor... loucamente apaixonados.
Despertam em mim, assim, a nossa história: “Querida, estou louco de paixão por você!”, ouvi várias vezes. O meu coração explodia... eu também te desejava ardentemente. E tudo aconteceu de modo proibido. Tudo pede mesmo uma análise... para não ficar perdido... como se tivesse sido apenas desejo.
Pretendo não ir muito longe. Muito embora que as lembranças vão chegando à medida que me proponho a falar delas. Aqui está um exemplo: Nós dois caminhando para o hotel, se há nisso um pouco de recordação em ti, íamos com tanto desejo de estarmos a sós, que invejo meu coração e o sentimento que continha naquela hora. Tudo começou com um beijo na porta do quarto e terminou numa enorme apaixonada noite de amor.
Uma de minhas amigas observou que, se eu tivesse te conhecido em outras circunstâncias, talvez ainda estivéssemos juntos. Pois sei que nossos sentimentos não foram fogo de palha. O que sentimos tem ainda um belo papel; formam, em torno de meus dias, uma verdade de que podemos nos apaixonar sim, mesmo estando casados com outro.
Eu não fiz nada para esse sentimento tomar-me. Tu também não o fizeste. Aconteceu. Escutamos apenas a linguagem de nosso coração. Escutamos os gritos de nosso corpo, quando a pele estava inflamada de desejo. Não fizemos nada de mais. Apenas tivemos uma noite de amor. Mas, eu, principalmente, ouvi as palavras que tanto almejava ouvir de ti: “Dou a ti meu corpo e meu coração neste momento, minha amada Teresa!”
Entretanto, uma esposa, que muito te ama, estava em tua casa a tua espera. Certamente que não se magoa, nem se tira a felicidade de outrem, para saber se uma noite de amor é suficiente para viver a dois.
Pode ser até que, com o tempo, eu venha a te esquecer e lembrar-me apenas de um bom momento.
Há muitos dias, uma flor – por sinal muito bela – caiu do galho por uma forte ventania. Eu entendi essa parte; coisas da natureza. Mas não entendo eu de dias que virão. Ignoro se tua ausência – de tão grande dentro de mim – se acabe. O que sei, é que fui tão amada naquela noite, que me vejo ainda com teus braços em torno de mim em momentos de um friozinho nesta manhã do Piauí.
E já vão dar nove horas, e todos os ponteiros se movem no relógio que anda... anda...
Retiro-me com um beijo.

De tua...