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terça-feira, 1 de novembro de 2011


Caríssimo,

Escurece. Embora estrelas acendam-se por todo o céu. A rua fica mais aberta com esse palpitar de luzes. Apenas meus passos são fracos, pela noite adentro.
É terça-feira de novembro. E, justamente hoje recebo de ti desejos de eu ter uma boa primavera. Mas aqui ainda é verão. Nesta hora do sono, em que ouço lá fora os sons dos grilos, quanto mais penso em ti, mais um calor toma conta de mim.
Resolvo balançar-me numa rede. Que bom! A frescura toma conta da varanda. (Parece que as estrelas interrompem o que estão fazendo para me impressionar por cima das árvores).
Calo-me. Às vezes fico assim em silêncio, pequenina, com saudades de ti.
Sempre à noitinha, voltam as lembranças de nossos beijos, como brotando de dentro de mim. Foi numa noite como esta que nos amamos pela primeira vez. Numa noite assim, tirei minhas defesas e me dei completamente a ti.
O vestido de alças, os pés descalços e a areia da praia e, andando sem pressa - nós dois.
Foi como se dois corpos se tornassem um só. Não se via senão o amor. Tua voz grave e doce me dizendo que seria para sempre.  
Mas agora enxugo minhas lágrimas. Assim cheia de saudades. Meu olhar está entregue a uma dor intensa. Como se me tivessem tirado os sonhos.
Oh! Caríssimo, lá no alto as estrelas apenas me dizem que a vida segue...
E uma voz chorosa e triste, dentro de mim, repete que preciso de ti...
Vem...
Quem me dera estar contigo agora!


sábado, 13 de agosto de 2011


                                                          Foto Google
Caríssimo,

Hoje mais que nunca senti vontade de te falar. Sei que tem a ver como me encontro.
Olha, ando muito solitária. E que minha solidão não seja diária, é o que peço em  minhas orações.
Quando passo por lugares onde estivemos; quando me lembro da ternura de teus olhos sinto-me mais e mais precisa de ti. E é inútil fingir que te esqueci.
Às vezes, repito, em pensamentos, nossas conversas. Quero descobrir o porquê de teu silêncio. Que eu saiba, mesmo que na hora da despedida eu te disse que te amava.
Estou sendo repetitiva? Que importa?
Sou louca por ti. E sinto cada vez mais que não posso te esquecer.
Ai, e que Deus não faça com que esta solidão me destrua.
Que Ele me dê forças para continuar seguindo...

O meu beijo a ti.


domingo, 29 de maio de 2011

Férias

Caríssimo,
 
Hoje é tarde de domingo e eu estou esboçando um novo sonho. Minha ideia de passear em julho tem se tornado a cada dia mais forte. Não é a primeira vez que me pego planejando uns dias num sítio, como em minha infância.
Eu vejo a mim mesma com um vestido leve, sandálias de dedo e cabelos curtos ao vento (como sempre). Sei que a vista de todo o lugar será agradável e convidativa a caminhadas ao amanhecer. Haverá flores silvestres brancas e amarelas (sei que são as predominantes nas matas nesta época). A noção de banhos nesse horário é uma lembrança gostosa de quando eu era criança.
As férias parecem ser o único assunto dos professores na hora do recreio, ao menos os da escola em que trabalho. O assunto surge também na lanchonete onde tomo meu sorvete (lembras, João, que prefiro o sabor goiaba?), na pracinha e, até mesmo, na igreja. Outro domingo, minha cunhada Amparo soube que pretendo sair de férias para um local tranquilo e se convidou a ir comigo. Aceitei certamente. Ela é uma excelente companhia para esse tipo de ambiente – não é a primeira vez que saio com ela a passeios.
E me seguro para não comparar os dias que ainda terei até a data com os das férias, quando estou sozinha em minha varanda como hoje. Mas enquanto elas não chegam, pesquiso na memória alguns possíveis lugares no sul do estado do Piauí. No que diz respeito a rios, há em várias cidades pequenas – bem o que quero.
Balanço a rede com um dos pés na parede, perguntando-me por que não tiro um cochilo e sonho com minhas férias.
               

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Caríssimo,

Sei que estive ausente – tantas e tantas perguntas me fiz. Foram meus sonhos perdidos a razão dessa ausência.
O medo de seguir adiante depois de tua partida e, sei que ainda te amo.  Como explicar tua presença dentro de mim? Ainda me lembro de tua voz, teus gestos na hora do amor. Disso não tenho dúvidas.
Ah, tu estás comigo quando o sentido para a vida é um verdadeiro amor. O caminhar de meus passos são para os dias em que estivemos juntos – a teu lado um simples passeio pela rua foi mágico! (Risos) Lembras da escola que visitamos? Estive lá semana passada. Fecho os olhos e me descubro com teu sorriso na foto.
Eu não quis me afastar. Todavia, dentro de mim havia o medo de não conseguir chegar a ti com minhas palavras. Mas hoje sei que sempre estaremos juntos. É uma questão de lógica do amor: Eu te amo. E esse amor não vai se acabar.
Eu vivo os meus dias com a ternura de teus olhos e a sinceridade de tuas palavras. Sei que nossa história foi de um grande e verdadeiro amor. Eu não me iludi. Do abraço ao encontro entre nossos corpos houve sempre um sentimento real - fomos dois amantes na exatidão da palavra.
Tenho hoje em mim um ponto seguro a seguir – a certeza de que fui tua e de que foste meu. Porém não me apoio nele para uma ilusão de ainda te ver um dia: sei que é impossível, pelas razões citadas ainda antes de nosso encontro. Todavia, ter estado em teus braços me é motivo de sentir para sempre teus beijos, teu toque em minha pele, teu cheiro em meu corpo...
E minha ausência então foi boa – refleti e descobri que nunca deixei de te amar. Então não posso pensar que os sonhos estão perdidos. O amor vive em mim.
Sem mais palavras,
Meu carinho.

domingo, 23 de janeiro de 2011


Poeta,

Uma enorme calma n’alma repousa em meu dia. E meus olhos postos na serenidade das árvores acalmam-me ainda mais.
Mas meu corpo está sedutoramente frenético! Com meus pensamentos em teus versos de amor (lembras do poeminha romântico?), ondulo meus lábios com vontades de te beijar. E assim, meus olhos parecem-me girar no corpo sentindo carícias de tuas palavras. E como as aves levantam voo nesta tarde, deixo meus braços flutuarem como se estivessem descansando em teu peito. É maravilhosa a sensação- sinto que fizemos amor.   
Ora, em horas destas em que os elementos da natureza são de uma harmonia, tal minha alma, apanho o calor da tarde e encho meu coração de bocas, de gritos nossos. E tomo os rumos de uma lembrança gostosa, de noites em que ficamos debaixo de lençóis nos amando.
Ah, as duas cartas que recebi de ti foram postas na mesinha ao lado da cama. Estão lá para serem lidas e relidas toda vez que eu me sentir longe de ti. Sei, sei que eu devo é olhar para o dia e buscar sentir esta natureza toda que me envolve ou ficarei aqui com vontades imensas de beijos teus. Bem, tenho mesmo de refrear meus pensamentos ou acabo com a quietude dentro de mim.
Mas em algum lugar canta um pássaro triste com saudades de amor. E tomo as liras dele para te dizer que estou saudosa. Muito. Ainda nos veremos novamente?
Um dia atrás do outro... e uma coisa de cada vez. Foi maravilhoso o momento que vivemos. Porém, a vida nos separa. Sim, e enxugo minhas lágrimas sentindo a calma da tarde.
...

O meu carinho.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011


Caríssimo,

Com palavras quase inertes e olhar triste, digo-te que esta carta não leva apenas minha voz- mas minhas mãos, meu rosto e meu corpo em cada linha.
Estamos distantes, como podemos conversar se já não nos entendemos? Vê que não falo de espaço geográfico. Maior é a distância provocada pela mágoa do que me disseste ontem.
Não, não posso controlar minha voz. Meu coração encontra este vazio que há dentro de mim, e preciso dizer do que sinto. A dor é inexorável. Quando me leres, saberás que não me converti em lágrimas, mas num enorme espaço entre os sonhos de amor e nós.
De muito longe avisto teus olhos, tuas mãos e teu corpo sobre o meu. Nesta tarde, nesta sala não há histórias de amor. O vento que entra por minha janela é frio de calor. As árvores estão paradas de sentimento. Tudo é imóvel. Estou sentada com os olhos distantes, sem nada ver.
E tudo corre seguramente para o fim do dia. Em redor das horas, o que perdemos. Eu te perdi.
(E eu que me vi, em teus braços, como a imagem de uma flor!...)
Mas sigamos (tu mo disseste).

Adeus. 

terça-feira, 4 de janeiro de 2011


Meu poeta,

Agora que te achei, sinto uma sombra macia dentro de meus segredos. Não há como ter medo do amanhã. Encontrei-te, e meu coração não está mais perdido.
Agora, posso voltar a gritar que amo... Agora posso sentir meu sorriso inteiro para a vida.
Meus olhos pedem-me que eu não esqueça nada – do tamanho de teus beijos correndo por minha boca, do cheiro de tua pele encostada à minha e do doce frescor de teus dedos em meu corpo.
E quando todos descobrirem que a noite é nossa? Que a lua afasta os pés de nossa janela com olhos brilhantes?  E que as estrelas silenciosas de nossos gemidos, jamais negam que o infinito também nos pertence?
Mas nada disso te é estranho, quando eu já falei em tons de viagem:

Um dia, não muito longe,
eu serei envolvida por teu beijo ardente,
debaixo de uma chuva de sentidos.
E para me enxugarem os pés e a cabeça,
terão de me cobrir de terra...
ou esperar que o tempo se acabe.

O meu beijo.


segunda-feira, 3 de janeiro de 2011


Amor,

Este beijo da felicidade... é o que procuro.

Ah, noite de luar!  Caminha-se por entre estrelas, tão calmas, tão cheias de luz! Pena que na hora de dormir, fecha-se a porta e a cama está fria!

Não procuro um amor com esse brilho inigualável das estrelas, bastaria o fulgor de dois olhos procurando o caminho de minha pele morena... de meus sentidos... que me enlaçasse no calor de uma noite de verão!

Nenhuma canção de seresteiro me tocaria mais a alma, que as mãos amadas na superfície de minhas pernas..  no desenho audacioso de meus seios... ou em concentração da descoberta de meus lábios.

Como um vento macio debaixo de meus lençóis, furtando arrepios de meu sangue – que quero um assim amor não nego! Ofereço a este amor meus segredos, guardados para além dos encantos das histórias românticas, dos livros de princesas... Para além dos avisos de que só se é feliz por um instante!...

Quero é escrever minha história no alimento de um beijo deste amor... entre os pelos de meus gemidos... ou no agasalho de seu coração.

E quero deste amor que procuro, que pode ser sem explicação ou nomes, um eterno sentimento de uma vida inteira.



Meu beijo. 

sábado, 1 de janeiro de 2011



Caríssimo,

Escrevo-te como quem desfolha uma vida e fica nua de proteção dentro dos olhos.

Mas aqui terminamos nossa história (sinto a vida sair-me da palma das mãos...). Talvez por não haver mais nada a dizer... O que foi nosso amor?


Ficou perdido num mundo sem palavras... Teus passos estavam longe. 


Mais longe um gesto teu de carinho. Eu te sustentei em meus versos, mesmo com teu silêncio. E ao que parece tudo caiu numa muralha de teu coração.

Tenho me perguntado se meu nome alguma vez correu dentro de teu peito... Ou a estrada era muito longa?

Por muito tempo, houve cantigas em minhas emoções _ Havia teu sorriso e umas palavras tuas  minguando algo que podia ser amor. Mas não passava disso.

Um dia, vi que havia novas folhas nascendo, assim sem aviso. Uma espécie de janela surgindo quando abri a porta de minhas emoções. E o dia amanhece. Onde até as flores querem frutificar...


De Teresa (a que era chamada de índia).


P.S. Tenho um carinho gostoso por tudo que vivemos. Mas as lembranças foram minguando...