Seguidores

quinta-feira, 29 de outubro de 2009



Amor,

Custo a dormir. Reviram-me nas lembranças teus olhos marejados em nossa última conversa. E bem sei por que os guardei para mim! Estão aqui olhando para meu coração que ainda sofre com nosso adeus.
A culpa foi minha. Não devia ter falado contigo quando o demônio do ciúme me rondava nas palavras. Eu devia ter banido de minha boca as palavras cortantes que me saíam de um coração que não era meu. Não pode ter sido meu íntimo que te falou daquele jeito...  todo meu ser te ama!
“Eu sempre reajo apedrejando sem olhar o que ‘quebro’ quando me sinto ameaçada. Eu não poderia imaginar que tu apenas conversavas com uma velha amiga de infância. Vocês riam tão prazerosamente! E me senti roubada de tua felicidade...”
Eu estou nos olhando no dia de nosso primeiro encontro! Lembras? Eu estava selecionando um filme na locadora para um fim de semana prolongado. Escolhemos o mesmo. Fiquei curiosa por um homem gostar de filmes românticos antigos. A primeira coisa que fiz foi indagar teu nome.
Depois disso, o céu se abriu para mim... e até a data em que o fiz se partir, o sol de teus olhos iluminou meus dias.
Lavo meus olhos avermelhados de chorar duma dor profunda em meu coração. Eu mesma causei esta ferida em mim. Estou sagrando por dentro. A água fria da torneira não vai aliviar este sofrimento.
Não tenho palavras mansas para acalmar o que eu te disse na hora do ciúme. Minha boca tem um sabor amargo. E sei que a culpa foi deste coração que não soube confiar em ti. Estou morta por dentro. Morta sem a luz de teus olhos. Como se eles fossem a luz de minha vida.
E tu sabes o que quero com esta carta... Estou pedindo uma conversa serena com nosso coração. Não posso deixar nosso amor morrer... Pois ainda sinto acesa uma chama em nossos olhos.



terça-feira, 27 de outubro de 2009

Ah, como te amo!




Hoje eu me peguei pensando em ti...

Desenhei teu rosto na luz de meus olhos e sem perceber sentei-me contigo naquele banco da pracinha em que nos beijamos escondidos da lua. Ouvi tua voz na canção do dia por entre as folhas que dançavam em alegretto. Banhei-me na cor de tua pele quando os raios do sol brincaram nas pétalas das flores que desabrochavam.
E se me perguntarem, nem sei por que te amo...
Só posso argumentar que tuas palavras me seguem nas horas do dia. 
Sabe daquela vez em que desejei um sorvete de goiaba com doce de leite? Ainda lembro teu sorriso meigo dizendo-me que era coisa de criança... E, depois, quem mais tomou do sorvete?
É... As tuas palavras habitam dentro de mim e dividem o espaço de meu coração com as emoções do dia que nasce...
... Numa simples manhã em que os sabores da mata me falam de ternura e  cochicham que amar é preciso...
Mas que fazer se sonhei contigo ontem quando a noite chegou seduzindo minha razão e me fez dizer antes de dormir que te amo? Como eu podia comprar uma briga com minha emoção e ponderar que tu estavas apenas em meus pensamentos?
Tenho certeza que isso é amor... (Riem meus olhos satisfeitos com essa descoberta!)
E não vejo a hora de estar outra vez contigo... Nem que o seja em sonhos!




segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Despedida

Num quarto, em uma noite solitária... De dias sem você!

Neste sábado notei que você fugia de mim. Talvez com receio de me ouvir. Creio que nosso amor chegou ao fim. Sabe? As batidas de meu coração agora são normais quando o vejo. Meus lábios ao serem tocados por você sentem uma ternura de amigo, um leve roçar de carinho. Se for certo que ao acabar o amor, fica uma amizade; eu me encontro assim - como uma velha amiga que conhece o sabor de seu beijo...

Percebeu o tratamento? Antes era “tu”, pessoa após o “eu”. Hoje já não existe o “nós”... Em minha vida, não há “entre nós”! Agora quando saio de casa e não falo de você, percebo um olhar indagador em nossos amigos... Mas são discretos e nada comentam... Não me faça perguntas... Não sei as respostas... Aconteceu!

Há um amor novo em meu coração? Olha! Durante esse mês, houve algumas pausas entre nós; raras vezes nos falamos; nossos silêncios tornaram-se mais prolongados! Aquele livro, que em que guardo os versos de nosso amor... Continua lá na gaveta do criado-mudo! É um sinal de que você foi importante em minha vida... Só posso dizer que o relógio do amor continuou a bater e você não me ouviu quando as cordas tocaram e disseram que eu estava muito só, por noites...

Revelo-me aqui a você. Não há amor que ignorado resista a esse mundo de guerra. Deixou-me frente a esse bombardeio gigante de sonhos meus... De meus anseios enquanto mulher! De mim, digo que o amei muito! Desci ao fundo da alma e ela vibrou em seus braços; desci mais ainda e fui menina quando gemi enlouquecida de prazer ao nos amarmos.

Não quero ir adiante e falar de meus anseios... Como uma flor posta à janela no dia dos namorados e que aguarda um beijo... Ou das vezes que quis ir ao cinema e você sempre ocupado... Tomei aquele sorvete sozinha... Sentei no banco da praça e lá defendi que amor é estar juntos e não só beijos entre corpos!

Assim me vou... Nem sempre o amor é eterno (Lembra? Você o dizia! Acertou!). Deixe-me acrescentar que mulher é um ser curioso... Eu vi a vida sorrir em versos!

Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum!

O relógio toca seis horas...

É novo dia... e as flores estão cantando no vaso à janela!... (Não posso me despedir da vida!...)

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Um beijo

Meu amor,

Hoje quis te enviar meu beijo. Um beijo na boca. Desses de encontros das línguas que se alternam com outro beijo delicado, só provocando.

Sei que serei eu a tomar essa iniciativa. Mas tu o queres. Teus olhos em meus lábios são a certeza de que não te parecerei ousada.

Prometo-te que durante esse beijo eu serei carinhosa. Sensual até. Minhas mãos, em tu corpo, buscarão teu peito por baixo de tua camisa. Suavemente como se meus dedos fossem lábios deslizarão por sobre tua epiderme quente. Em movimentos marotos, acelerando teus batimentos cardíacos, só para te deixar enlouquecido de prazer.

E quando minha boca se desligar da tua, dar-te-ei leves mordidas nos lábios. Em seguida, com a umidade de meu sabor, olhos fechados, como uma poesia, contornarei tua boca com minha língua. Faremos versos aí. Sem pressa. Explorando, conhecendo, demarcando território.

Numa linguagem corporal, meu beijo dirá que te amo. Entre gemidos de minha boca e arrepios de meu corpo, tu saberás que é o momento certo para me amar. Então, tuas mãos, gentilmente, envolverão meu rosto. Teu corpo colado ao meu, embriagando meus sentidos de tanto desejo, me dirá que sou tua amada para todo o sempre.

A grande custo, libertarei teus lábios desse fado. E em delírios de meus lábios atrevidos ainda o resto de teu corpo será prisioneiro meu.

Cheia de amor,

Esta flor.

Saudade

Brasil, 27 de junho de 2009.

Amor,

Quis não te escrever. Juro-te! Prometi a mim mesma um doce, aquele sorvete de goiaba que tanto gosto. E nada! Então, arrisquei não falar na palavra saudade, mas meu coração me traiu.

O vazio tomou, assim, conta da minha alma sem a tua presença; sem nossos momentos à noite. Minha cabeça virou um redemoinho de palavras ditas por nós. Ah, quantas vezes eu disse que te amo quando aninhei meu rosto ao teu? Recordas de meus olhos namorando nos teus? Eles viviam felizes. No momento, abrigo um medo de não voltar a ti ver; de não respirar das tuas emoções quando meu corpo te chamar na noite deserta.

Ah, meu eterno amor! Minhas horas são lentas quando não estás junto a mim. E meu coração sofre sem sentir o teu junto dele. Cada sorriso que deste, vive em meu olhar. São eles que ainda preenchem um pouco meus dias. Teus carinhos, que extasiavam minha pele , moram em meus sonhos continuamente. Aflitos, neste instante, meus braços envolvem meu corpo para não cair na solidão que me restou de nosso amor.

Como o amor é tão contrário a si mesmo; meu íntimo sorri, às vezes. Vê: sou uma mulher que vive iluminada de uma esperança. Não posso deixá-la morrer. Isso seria contrário à minha forma de amar. Ao menos isso ainda tenho: o direito de sonhar contigo. Meu amor é maior que essa saudade! E sei que não se pode medir o amor! Como mensurar a beleza de uma flor que nasce? Ou do voo livre de um beija-flor? Quem conta as infinitas vezes que disse ao mesmo amor: Eu te amo?

No entanto, dói pensar que as flores murcham ao fim da tarde!... É um tormento conhecer o regador e não dizer a ele que as sementes germinaram e necessitam de cuidados. E enlaçar os olhos numa árvore frondosa é tão belo! Sorrir quando a luz penetra em seus galhos é um canto de amor!

Não deixes meu amor ser um sofrimento! Não recuses meu presente. O futuro nos convida... vem! Meu amor não pode viver longe de ti! E sei que não queres viver sem mim...

Desta flor que te ama.

Declaração de amor

Amado,


Há momentos, em que penso em desistir de ti esperar...

Há instantes, que meu peito sangra nessa espera...

E choro... (Toda)!

Mas uma voz me consola: “Ele é teu amor!... Confia!”

Então aprendi que não tenho o porquê de exigir teu amor. Apesar de ter boas razões para isso: já fui uma flor de teu jardim! E deixo que a natureza cante em teu coração. Só não nego: aguardo os segundos em que estarei em teus braços.

Aprendi que amores vão embora... outros vêm. Não tenho como te reter! Mas para sempre tu estarás comigo. Sei que as palavras, às vezes, deixam fugir seu sentido; porém teus olhos estão aquecidos em meu coração. E dele, não há como fugir.

Certas palavras doem quando as falamos... Outras têm doce sabor! “Amor!” é palavra que avidamente saboreio; escorre-me pelos lábios, viaja em minha pele, contorna o lóbulo de minhas orelhas arrepiando-me por dentro. (E faço de conta que me chamas assim também... A alma fica acesa de prazer!).

E chego a fazer amor contigo! Desde eras antigas nos amamos... Diz minha boca à tua! Como tão grande amor pôde esperar? E ficamos um perante o outro conservando n’alma o sabor desse encontro.

Ainda o cultivo comigo! Estás em minha memória. Foram momentos para se gravar em uma tela de pintor. E se choro, é por que um beija-flor, cheio de feitiço, anunciou que vai namorar uma das flores de meu quintal... Vês? A vida em torno de mim segue...

Porém te imploro... Dobra esta carta e guarda-a em teu livro mais raro, a ti!

Desta flor.