Caríssimo,
Recebi teu e-mail.
Muito grata. Ah, como que eu gostei imensamente de me chamares de
bela e sensível pluma do Piauí!...
Perdoa por não ter te
respondido prontamente, mas estive sem internet. Há dias que penso
tanto em ti e isso tem me trazido bons sonhos à noite, por vezes,
desejosos de teus beijos...
Por aqui os dias
passam quentes e longos, imagina como são as horas de dormir –
mais compridas ainda e o calor parece que não quer nos abandonar...
Pois é assim que tenho passado esses três anos. Fico muitas horas
acordada com os pensamentos em nosos momentos... adivinha, como fico
então? Com mais calor ainda...e esse me corre pela pele... ah,
vontade de te ver!
Queria saber de ti...
Como passou todo esse tempo... Sei que estás sempre muito ocupado
com tuas pesquisas... Tira um tempo para falar comigo... Podemos
ficar online: E olha que cortei o cabelo e cuidei um pouco de minha
pele (não rias, mas é que este sol castiga muito uma mulher).
È muito bom saber que
tens lido meus poemas (os sonetos são para ti).. De qual gostas?...
Eu também gostaria de ler mais coisas tuas... Assim de amor... E sei
que escreves sobre minha terra (nossas lendas indígenas te
fascinam)... Recordas que me chamavas de tua índia? Hum, esqueci de
contar que meus cabelos agora são castanhos (coisas femininas e
também para esconder os fios brancos... os anos já me castigam).
Ontem eu fiz uma
passeio a uma cidade vizinha e me dei com tua palavras – Realmente,
que se o espaço que nos separa fosse mais curto, “essa
necessidade de sentirmo-nos quentes e vivos, no corpo e na alma mesmo
por instantes num abraço ad profundis” seria tão mais
fácil de nos vermos: como ir de Piracuruca a São José do Divino,
onde estive.
E como tuas palavras
me correm pelo íntimo – Sei, sou romântica demais... Estou
constantemente a observar flores, pássaros e perco-me em fantasias
assim... pelos instantes que compartinhamos... E quero mais...
Sentir tuas palavras novamente a meu ouvido... sussurrando-me que me
gostas... E há tempo para amar... não te esqueças... nunca.
Mas o tempo também
me inquieta... Já te disse que os anos caminham bem mais rápido do
que eu gostaria... e mesmo que sejam longas as horas distante de
ti... Gostaria de que não passassem assim tão veloz ou que se o
fossem, seriam para nos fazer ficarmos juntos... O doce sabor de teus
braços é como um ramo das plantas da caatinga: quando os julgamos
mortos revivem a cada retorno das chuvas... é só eu fechar os olhos
que sinto o bater de teu coração – aberto para mim em todas as
horas que foram nossas, por quatro dias.
Enfim, envio meu
carinho e te peço que não esqueças de tua flordecaju do Piauí.
Sempre. Teresa.
Foto: Praça Irmãos Dantas, Piracuruca - PI.
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