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quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Solidão ao cair da noite



Meu amado,


O sol de hoje deixou um rastro de tristeza na luz de meus olhos. É que chegara ao nascer dele,  a lembrança do calor de teus beijos dentro de mim; e julguei ao ver o sol dormir, serem teus lábios dizendo-me adeus...
Então, crepitou dentro de minh’alma uma vontade de estar contigo embriagando-me os pensamentos e estes davam mergulhos na luz de meu coração! E me vi novamente com meu corpo colado ao teu, amando-te na noite...
Há, desde o pano de fundo do céu até a cor negra de meus olhos, luzes brilhando na noite em que te escrevo. Vem-me uma sensação de rubor nas faces; de uma boca selada à minha e, chego a ouvir meu nome num suspiro das estrelas! Então, fico com os olhos afogueados pedindo que venhas me ver! Chego a sentir o gostinho de teu beijo tanto é meu desejo por ti!
Corre agora um vento fresco vindo das palmeiras. Lembro-me de nós conversando agarradinhos, segredando carinhos, palpitando de anseios a cada caminhar de nossas mãos em nosso corpo. Todos os sonhos que viajam por minha mente neste instante, dançam em minha pele que se arrepia (e não é do vento)... E minha epiderme sente-se viva chamando-te para uma noite de amor.
Sou neste momento uma presença morena iluminada pela lua. Meus olhos têm o brilho de uma gata no escuro. Uma tormenta me vem ao corpo mensageiro de minhas vontades. Em meu ventre, um almejar de afagos desfolha-me o âmago querendo que eu seja hoje, mais uma vez, a dama de teus olhos e tua mulher diante do amor.
Estou te escrevendo como se pudesse acalmar meu corpo e meu coração. Sou parte da noite anunciando a solidão do sol. Trocam-se estrelas de lugar; viaja a lua por novas nuvens e fico aqui olhando os astros numa melancolia que me puxa o coração para o vazio. No silêncio, só meus pensamentos movendo-se com a lembrança de tua imagem.
Lá para as bandas do nascente rasga um trovão. É a noite chamando a vida que se renova sempre depois do pranto das nuvens. Talvez chova mais tarde e eu sinta ainda mais frio em meu corpo. E eu não encontro outra forma de sentir tua presença a me aquecer: preciso pôr nas palavras a tortura lírica de meu ser. Estou em transe poético! E como não gritar teu nome diante dessa tortura por teus carinhos?
Acredito que me amas. Assim, naufrago meus olhos na noite, enquanto aguardo ser salva por teus beijos!

2 comentários:

Helena Chiarello disse...

Cartas de amor são sempre especiais, comoventes, lindas!
Que maravilha o que acabei de ler aqui, Teresa!
Quem não gostaria de receber uma carta assim?
Linda, linda!
Beijo grande e meu carinho.

ONG ALERTA disse...

O amor verdadeiro suporta qualquer obstáculo, paz e luz neste ano novo um abraço Lisette feijo.